A VELHA CARANGA DE VOLTA AO CAMPEÃO
Ingo Hoffmann com Lico e Buko Kaesemodel, responsáveis pelo presente especial
Foto Vanderley Soares
Foi difícil segurar a emoção ontem, em Interlagos, ao ver Ingo Hoffmann recebendo uma réplica do Chevrolet Opala com o qual conquistou o primeiro de seus 12 títulos na Stock Car, em 1980. Ele “quase morreu do coração” ao regressar aos boxes, depois de dar duas voltas com o novo carro da categoria, e encontrar o Opalão, lindíssimo e impecável, parado defronte ao boxe 1. Ele saiu para dar uma volta com o carro e acabou rodando. Pura emoção.
OPERAÇÃO SECRETA
Mas para que essa homenagem pudesse ser prestada a Ingo Hoffmann, uma verdadeira operação de guerra foi montada pelo empresário Buko Kaesemodel, responsável pela grande surpresa. Pai de Lico Kaesemodel, companheiro de equipe de Ingo na AMG, Buko vem trabalhando nesse projeto desde setembro, quando encontrou uma maneira especial de dar ao ex-piloto da equipe Copersucar Fittipaldi de Fórmula 1 um presente marcante.
BY TARSO MARQUES CONCEPTION
Depois de encontrar em Curitiba um Opala 1980, entregou-o para Tarso Marques e Paulo de Tarso, que dispunham do motor seis cilindros em linha, da caixa de câmbio de quatro marchas e muitas das peças que foram necessárias para recriar esta relíquia do automobilismo brasileiro. Até clubes de colecionadores do famoso carro da Chevrolet foram procurados para que alguns dispositivos tornassem a réplica ainda mais fiel ao modelo original.
PATROCÍNIOS CONFLITANTES
Um elemento que tornou a operação ainda mais complicada estava relacionado com um conflito de patrocinadores. Se em 1980 Ingo era patrocinado pela cera automotiva Grand Prix, hoje um de seus fortes apoiadores é a 3M, que em um de seus segmentos atua no mesmo setor. Foi preciso uma forte dose de diplomacia de José Donatelli, parceiro de Ingo na área de marketing, para que a questão não inviabilizasse a homenagem. Vale acrescentar que todos esses detalhes o próprio Ingo só os conheceu ontem.
META ATINGIDA
Ingo revelou que a sua grande meta sempre foi encerrar a carreira ainda competitivo, sem ter de viver a incômoda sensação de olhar para trás e ver que havia permitido que a queda de rendimento o atingisse. Nesse sentido, já ensaiava fazê-lo desde 2006, mas sempre era impelido a continuar justamente por reunir condições de lutar por vitórias. Como agora.
A GRANDE MULHER
Por várias vezes, durante o dia, as lágrimas brotaram dos olhos do Alemão. Elas se mostraram ainda mais intensas ao lembrar-se do apoio da família e dedicou palavras especiais - embora mal pronunciadas pela voz embargada - à sua esposa, Ruth, com quem está casado há 33 anos.
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